Trote.

telefoeeeeeeeeeeeee

Era cerca de três horas da tarde, feriadão, e como eu não tinha pra onde ir, decidi assistir um filme. Deitada na cama e quase dormindo, levei um susto quando o celular tocou. Chamada restrita.

“Que estranho” pensei. Quando atendi uma voz desesperada.

“Mãe, mãe, pelo amor de Deus, fui assaltada!”

Meio sonolenta fiquei assustada, a voz estava tão desesperada que parei para ouvir, sem ter coragem para dizer que era engano, tentei acalmar a moça.

“Calma, o que foi que aconteceu?” Silêncio. Em seguida um homem começou a falar comigo. Se tratava de um sequestro, eu logo percebi que era um trote. Sem nada melhor para fazer decidi entrar na brincadeira. Do outro lado da linha o homem contou uma estória absurda de assalto, refém, companheiros baleados e no fim 5 mil reais em dinheiro, se eu quisesse ver “minha filha de novo”, caso contrário ela seria baleada e queimada dentro de pneus.

“Posso falar com ela?” perguntei. A resposta, obviamente, foi não. Após alguns minutos decidi acabar com a farsa, contei que nem filha tenho. Pela mudança de tom eu podia imaginar a expressão no rosto do rapaz.

“Da próxima vez, ele disse, avise antes e não fique brincando com as pessoas”

“Digo o mesmo, pare de brincar com as pessoas e vá procurar o que fazer”

Tudo isso numa entediante tarde de 7 de setembro, e o filme? Depois dessa nem consegui terminar.

Gente, isso aconteceu comigo, mas poderia ser com qualquer um, eu, felizmente não tenho filha, mas poderiam ter ligado dizendo que era minha mãe, meu pai, ou meu irmão, eu poderia ter caído no trote, por isso todo cuidado é pouco, nesses casos, antes de entrar em pânico localize a pessoa, é muito fácil identificar o trote, desde que você mantenha calma, as pessoas acabam entrando em contradição, mas para perceber isso é preciso estar atento. E não fique dando corda (como eu fiz).

Bom, é isso.

Bom feriado.